O gesto da proteção ou destemor; a mão direita fica erguida e com os dedos levantados. Associado à benevolência do buddha Shakyamuni, que domou um elefante selvagem com este gesto. Também é o gesto do dhyani-buddha Amoghasiddhi. (Fonte: dharmanet)
Ex-Rappa, Marcelo Yuka se tornou conhecido após ter ficado paraplégico ao ser baleado em assalto, em 2001. Ele se tornou, então, voz estridente na luta contra a violência urbana. Nesses anos de militância, Yuka passou a ser reconhecido por sua postura combativa. Contudo, suas últimas declarações acabaram causando surpresa a quem o via com uma figura amargurada.
Yuka revelou ao O Globo uma atitude nova, alegre e positiva. Quem estava acostumado a vê-lo severo, no noticiário policial, não deixou de se surpreender com a matéria de Raphael Berrêdo. O músico esbanja bom humor, ao falar de sua nova empreitada como DJ. Essa mudança, ele atribui ao budismo. A descoberta do dharma teria sido crucial em sua recuperação. “Há seis anos eu não pensaria em passar um tempo discotecando, por exemplo. O budismo e a meditação melhoraram muito minha maneira de lidar com os problemas,” afirma Yuka.
É possível depreender de suas declarações grande coerência com o budismo. Seu apresso pelo equilíbrio emocional e sua postura serena indicam um bom entendimento do caminho do meio. “Não deixei de ser aguerrido, enfrento tudo que sempre me determinei, mas por outro lado a meditação me deu uma maneira mais positiva de enfrentar a vida. Hoje vejo mais beleza nas coisas, até nos murros em ponta de faca que sou obrigado a dar,” esclarece.
São palavras inspiradoras que revelam o caráter prático do budismo. O músico não está menos engajado em sua luta, apenas consegue, agora, enxergar a existência samsárica com mais clareza. Sua vida se tornou mais leve e lúcida com a prática ensinada pelo Buddha. Em suma, uma experiência que pode nos servir de exemplo.
O gesto da renúncia de Buddha, da eliminação do apego. Semelhante ao abhaya-mudra, mas a mão direita fica sobre o joelho ao invés de erguida. Kashyapa, o sexto buddha, que atingiu a iluminação sobre uma árvore banyan, é representado fazendo este gesto. (fonte: dharmanet)
Com o falecimento de Lama Yeshe, em 1984, Lama Zopa Rimpoche se viu diante de um grande desafio: dar continuidade aos projetos de seu mestre. Ele assumiu, então, não só o comando da FPMT, como, também, o controle de uma empreitada ambiciosa: o Projeto Maitréia.
A idéia é construir em Kushinagar, no norte da Índia, uma monumental estátua de bronze – cerca de 152 metros – de Maitréia, que significa amor-bondade em Sanskrito, o próximo Buddha. Segundo palavras de Yeshe, esta deverá ser uma fonte de inspiração para todo o planeta, servindo como símbolo de paz e compaixão por, pelo menos, 1000 anos. O local não foi escolhido por acaso, pois foi justamente lá que o Buddha Shakyamuni faleceu, há mais de 2500 anos.
Todavia, o projeto vai muito além da edificação do monumento religioso. Um dos principais objetivos é o desenvolvimento da região e, para tal, foi elaborado um amplo plano de ação. Ele inclui a construção de salas, museus, bibliotecas, teatros, além de hotéis; tudo dentro de uma cuidadosa concepção paisagística.
O que chama mais atenção, no entanto, é o caráter social do empreendimento, que não só prevê a construção de um grande hospital público, como já proporciona educação gratuita, e de qualidade, para cerca de 500 crianças, em Bodigaia, no estado indiano de Bihar, o lugar da iluminação do Buddha histórico. Não ficaram de fora ações tendo em vista a preservação ambiental e todo o planejamento foi concebido dentro dos parâmetros do desenvolvimento sustentável
Segundo dados oficiais, a empreitada deve custar, no total, mais US$ 250 milhões, gerando, somente durante a fase de construção, mais de 1000 empregos diretos. Para levantar recursos, o projeto conta com uma complexa rede mundial de arrecadação. A maior parte da receita é oriunda de donativos de pessoas físicas, mas há, ainda, forte participação de empresas multinacionais.
O gesto da roda do Dharma; ambas as mãos fazendo o gesto anterior. Este gesto é associado ao ensinamento de buddha Shakyamuni, ao futuro buddha Maitreya e, às vezes, é utilizado em representações do dhyani-buddha Vairochana. Este gesto também é usado para representar o terceiro buddha, Vishvabhu, que atingiu a iluminação sob uma árvore sala. (fonte: dharmanet)
Ao ouvirmos as palavras “arte” e “budismo” em uma mesma frase, dificilmente uma obra ocidental é a primeira a vir à mente. Isso não chega a surpreender, pois as tradições estéticas asiáticas, quando ligadas ao Dharma, são de uma riqueza iconográfica e simbólica embasbacantes. Contudo, alguns exemplos da arte européia, mesmo que esparsos no tempo e espaço, são dignos de admiração como legítimos instrumentos de difusão dos ensinamentos do Buddha. O livro “Siddharta”, de Herman Hesse, é um exemplo notório. Outro trabalho ocidental, este no campo das artes plásticas, deve ser resgatado e devidamente contemplado como uma prova viva do potencial universal da mensagem budista.
O quadro “O Buddha”, de Odilon Redon (1840-1916), causou forte impacto no mundo das artes. Pintado em 1905, com pastel sobre papel, representou o ápice da proposta estética revolucionária do pintor francês. Sua linguagem visual bastante original, que veio a ser vinculada à escola simbolista, representou um forte golpe no academicismo europeu.
A afinidade entre a proposta artística ousada de Redon e a filosofia budista, acabou se mostrando um desdobramento natural. Os traços nebulosos, as cores inebriantes e o caráter onírico de sua obra, vieram a confrontar o materialismo ocidental, de origem cartesiana, se alinhando em perfeita harmonia à noção budista da inanidade, shunyata em sânscrito. “O Buddha” é o trabalho síntese desta concepção de mundo de Redon. Um visionário, em suma, que como todos os homens à frente de seu tempo, sofreu com a incompreensão de seus contemporâneos.
"O gesto de tocar a terra; as pontas dos dedos da mão direita tocam o chão. Associado à firmeza inabalável do buddha Shakyamuni que, logo após atingir a iluminação, invocou a terra como testemunha de sua iluminação. Também é o gesto do dhyani-buddha Akshobhya. Vipashyin, o primeiro buddha, que atingiu a iluminação sob uma árvore patali, é representado fazendo este gesto com as duas mãos." (fonte: Dharmanet)
Quem esteve no Teatro Noel Rosa, na Uerj, no dia 4 de junho, às 19h30, teve a oportunidade de fazer uma viagem pela história da ciência ocidental, sem ter que se mover da cadeira. Em sua palestra “Universo Consciente: Onde o Budismo e a Ciência Convergem”, o Dr. Alan Wallace fez uma análise crítica da visão materialista que dominou a evolução científica até a formulação da teoria da relatividade e do advento física quântica, no século XX, e clamou por uma nova forma de estudar a mente, exaltando a sabedoria budista neste campo de conhecimento.
Após 20 minutos de atraso, o pesquisador da Universidade de Santa Bárbara foi recebido por um público entusiástico, que apesar de numeroso, não chegava a lotar o teatro. Em seguida, passou destacar a importância da observação e contemplação para a evolução da ciência, citando Galileu e Darwin como exemplos.
A tradução simultânea funcionava de forma dinâmica, e Wallace passou, então, a criticar o desprezo do meio acadêmico ocidental pelo uso da investigação introspectiva como forma de desvendar os mistérios da mente humana. Para o estudioso, este é um método mais adequado do que as práticas convencionais em terceira-pessoa, sendo a tradição milenar do budismo a prova viva desta superioridade.
Na última parte do evento, foram discutidos conceitos abstratos como o da “não-existência intrínseca da matéria”, comuns tanto à física quântica quanto à filosofia budista. Wallace buscou ressaltar a compatibilidade entre ciência e religião, valendo-se de anedotas descontraídas sobre encontros entre físicos proeminentes, vencedores do Nobel, e Lamas importantes, como S.S. o Dalai Lama.
Após o final da palestra, Wallace respondeu a perguntas da platéia, durante 20 minutos a mais do que o tempo programado, como forma de compensar o atraso inicial. Marcaram presença, na primeira fileira do auditório, Lama Padma Santem, amigo de Wallace e idealizador do evento, além de outros membros da Sangha carioca e do Instituto Caminho do Meio.
Tenzin Gyatso, Sua Santidade o 14º Dalai Lama, é ao mesmo tempo líder temporal e espiritual do povo tibetano. É considerado ainda manifestação de Avalokiteshvara ou Chenrezig, o Bodhisattva da Compaixão e patrono do Tibet.